sexta-feira, 17 de abril de 2009

As linhas de Chávez


As linhas mais fortes que na minha vida de batedor percorri, foram sempre para o lado direito.

Agora, no campo da política e da revolução, este percurso que hoje começa, irá para todos os lados com a mesma força.

Só que agora partem com a força das ideias, da convicção, da paixão pátria.

Sou, em essência, um soldado. E como tal, fui forjado na escola do compromisso e da obediência ao legítimo poder que orienta o esforço colectivo, na a concretização dos objectivos tácticos e dos propósitos estratégicos.

As circunstâncias e as condições que marcaram a minha vida, converteram-me afortunadamente num soldado revolucionário. Com base nisto, desde então, fui assumindo como legítimo e superior, o poder soberano do povo venezuelano, ao qual agora estou absolutamente subordinado. E estarei pelo resto dos meus dias.

Digo isto hoje, rodeado pelos acontecimentos que marcam o início deste 2009, quando recrudesce a batalha política que se iniciou na nossa pátria há dois séculos: uns, a maioria de nós, querem a Independência Nacional; outros, a minoria, querem converter novamente a Venezuela numa colónia, num país subimperial, numa subrepública.

Não há outra via para concretizar a Independência venezuelana que não seja o da Revolução Nacional.

Não há outra via para a grandeza Pátria que esta, já empreendida, do socialismo; o nosso socialismo bolivariano: A Democracia Socialista!

A outra via, pela qual nos querem levar os colonialistas pequenoyanquis, condenaria o nosso país à menos-valia, à pequenez e ao sepulcro histórico; é a via do capitalismo e da sua expressão política: “a democracia burguesa”.

Nós, os Independentistas, carregamos um juramento; aquele efectuado pelo nosso líder, Simón Bolívar, no Monte Sacro a 15 de Agosto de 1805. Nós, os Patriotas, temos um projecto, portamos uma bandeira…

Eles, os colonialistas, não têm juramento, não têm projecto, não têm bandeira. Ou melhor, como temos testemunhado em diversas actividades dos pequenoyanquis, a sua bandeira revertida, volteada, de sete estrelas e não de oito como foi a do mandato do nosso Bolívar em Angostura, diz tudo: representam o que é contrário à pátria, são a contrabandeira, são a contravenezuela, são o contrabolívar. São a negação. São a não-pátria.

E quero expressá-lo nas minhas linhas, sobretudo agora, quando estamos já em plena campanha rumo ao referendo de 15 de Fevereiro.

Fevereiro, outra vez Fevereiro!! Sinto há anos que a minha vida está poderosamente ligada a este mês, dos candelabros sabaneiros e as brisas de Verão: 27 de Fevereiro, 4 de Fevereiro, 2 de Fevereiro!

E agora: 15 de Fevereiro.

Vinte anos depois de “El Caracazo” que me engendrou, dezassete anos depois da Rebelião Militar Bolivariana que me pariu e dez anos depois da tomada de posição que aqui me trouxe, coloco novamente a minha vida e todo o meu futuro nas mãos do povo e da sua soberana decisão. Este soldado revolucionário fará o que o povo mande.

Se a maioria dizer Não, então partirei noutro Fevereiro, o de 2013.

Por outro lado, se a maioria de vós, venezuelanos e venezuelanas, apoia a emenda com o SIM, então é possível que eu possa continuar à frente do timão para além de 2013.

Mas na verdade isso não é o mais importante.

Aqui e agora, o essencial é que, se ganhar o Não, impor-se-á a colónia, a contrapátria.

E se ganhar o SIM, impor-se-á a Pátria, a Independência.

Por isso, repito-lhes, homens e mulheres, juventude venezuelana:

Os que queiram a pátria, venham comigo!

Os que vierem comigo, terão Pátria!

Hugo Rafael Chávez Frias
22 de Janeiro de 2009