sábado, 18 de abril de 2009

A Quarta Fase: “O Desdobramento”

“O mundo gira…” diz uma velha canção dos anos 60. E realmente gira.

“Deixem o vento soprar…” E realmente sopra.

Tomou posse Barack Obama, entre grandes expectativas de um mundo que diz “já basta”, ante tantas agressões de um Império em decadência. Afirmou que onde “os líderes que querem criar conflitos estejam dispostas a abrir o punho”, então “vamos estender-lhes a mão”.

Pois bem, aqui, onde milhões de seres humanos, no Sul do planeta, temos sofrido há tanto tempo os murros do Império norte-americano, estou seguro de que faço eco da voz dos povos atropelados, quando afirmo que quem deve realmente abrir os seus punhos, é precisamente o governo dos Estados Unidos. De todo o mundo chegariam então mãos estendidas, repletas de fraternidade. Entre elas, sem dúvida, a deste soldado revolucionário e as de milhões de venezuelanas e venezuelanos que, embora todavia Obama não o saiba, aqui estamos a construir uma democracia profunda: o Socialismo Democrático!.

Entretanto, “deixemos o vento soprar”, e digamos como São Tomás: “ver para crer”. E como o nosso amigo e grande escritor uruguaio Eduardo Galeano: “oxalá”.

Fidel, da sua trincheira de ideias, essa que a vida lhe reservou para continuar afectando as batalhas do século XXI, seguindo aquele delineamento estratégico de Simón Bolívar, quando afirmou em Angostura que “a imprensa é a artilharia do pensamento”, já o adiantou nos seus escritos de há apenas algumas horas:

“Sem embargo, apesar de ter ultrapassado todas as provas, Obama ainda não passou pela principal de todas. Que fará quando o imenso poder que tomou nas suas mãos seja absolutamente inútil para superar as insolúveis contradições antagónicas do sistema?”

Já Lula também deu a sua opinião há dias, desde a Planície Maracaibo, lá onde com o apoio brasileiro, estamos a construir um pólo socialista de desenvolvimento: “Chávez, temos que falar com Obama antes que fique preso no aparelho”.

Entretanto, entre o turbilhão de acontecimentos mundiais, aqui na Pátria de Bolívar continua, cada dia mais intensa, esta batalha política pela Emenda Constitucional. Repito-o: aqui, os patriotas; além, os colonialistas.

Nas minhas permanentes viagens pelo país, de Barcelona até Cabinas, onde juramentei dezenas de milhar de comités pelo Sim, pertencentes à Frente das Missões Socialistas, até essas ruas, veredas e blocos da paróquia heróica que é a 23 de Janeiro, notei o crescente entusiasmo do povo venezuelano, acompanhado de um verdadeiro frenesim, transbordado de Paixão Pátria.

Necessário é agora redobrar a ofensiva geral em toda a frente e por todas as partes. Hoje Domingo 25 de Janeiro, inicia a 4ª Fase da nossa campanha: O Desdobramento.

Apelo a todo o povo, aos partidos da Aliança, às Frentes Sociais, às Patrulhas Socialistas, aos Comités pelo Sim, a desdobrarem toda a iniciativa, criatividade, alegria, organização, maquinaria e mobilização, hora após hora, dia após dia, casa por casa, rua por rua, bairro por bairro, cidade por cidade, numa gigantesca operação ofensiva, inteligente, apaixonada e racional!!

Necessário é pulverizar a poderosa campanha de desinformação que a contra-revolução continua a lançar contra o povo, baseada na manipulação e no engano permanentes, num sem-fim de contos mediáticos de laboratório, como esse monumental absurdo e de idiotia que é a “reeleição perpétua”.

Cada vez que escuto um pequenoyanqui a dizer que a Emenda é “reeleição perpétua”, recordo Shakespeare em Macbeth: “…uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, e sem qualquer significado”.

É assim: “reeleição perpétua” não significa nada. Sinceramente, a reeleição tem término, ou não é eleição. Vejamos: o acto de reeleger significa obrigatoriamente a convocatória definida como eleições; a definição de um período para a votação popular e um período de mandato exactamente definido; a Constituição define os lapsos, de quatro a seis anos, para todos os cargos de eleição popular…

Não existe então, nenhuma coisa que se pareça com o que os pequenoyanquis chamam de “reeleição perpétua”!!

Reeleger é voltar a eleger. Quem aspire a continuar num cargo de eleição popular tem que submeter-se ao veredicto do povo. Pode alguém perpetuar-se no poder se os eleitores não o elegerem? Por que não pode ser o povo a decidir eleger e mudar governos? Porque teme a oposição, como se fosse o diabo, responder a perguntas tão simples? Qual é a razão do seu temor?

Eu sei porquê. Temem o povo, que despertou como um grande Lázaro colectivo!!.

Proponho-te, compatriota, homem ou mulher, jovem da minha Pátria, que entre tu e eu, entre todos nós, votando Sim no próximo 15 de Fevereiro, logremos perpetuar no poder o povo venezuelano, façamos vitalício o Projecto Nacional Simón Bolívar para obter a plena Independência Nacional, coloquemos num trono eterno esse binómio maravilhoso, só possível na futura Sociedade Socialista: a Igualdade e a Liberdade!!

Eu, o soldado Chávez, o teu amigo Chávez, acredito em ti, e digo com o Pai Bolívar: “acredito mais nas resoluções do povo que nos conselhos dos sábios”.

E digo contigo: SIM!!

Hugo Rafael Chávez Frias
25 de Janeiro de 2009